Ao concluir o curso de Odontologia em 2002, Sozemiria Bispo iniciou sua trajetória profissional na área da saúde. Com anos de experiência trabalhando no serviço público de municípios do Recôncavo, sempre reconheceu o valor do cuidado com o outro. Agora, como titular da Secretaria do Trabalho e Assistência Social (SETRAS), está empenhada em transformar o atendimento à população.
Mãe, esposa, dona de casa e gestora de uma pasta na Prefeitura. Tarefas distintas que Soze equilibra na rotina diária. Mesmo com todas as responsabilidades, a gratidão pela vida é o sentimento que prevalece. Católica, nunca deixou de ter fé em um mundo mais acolhedor, com mais caridade e tomado de compaixão.
A importância desse trabalho é o acolhimento. Às vezes, as pessoas chegam aqui até de um jeito impulsivo devido aos problemas que estão passando. Mas quando você recebe com carinho e as acolhem, elas se desarmam. As pessoas precisam sentir esse cuidado, argumenta.
No entanto, o momento de pandemia trouxe mais dificuldades. Além da intensificação dos problemas econômicos e sociais, as pessoas estão mais sensíveis e vulneráveis a problemas psicológicos. Por isso, um número grande de pessoas recorre à SETRAS em busca de auxílios, do Bolsa Família ou para acessar algum outro programa.
A secretária ressalta a importância de manter o atendimento com todos os cuidados necessários para evitar a disseminação da covid-19. Recentemente, tivemos casos de desabrigados por conta da chuva. Fomos ao local com uma assistente social para oferecer o aluguel social a essas pessoas que tiveram suas casas afetadas, conta.
Para Soze, a sensibilidade feminina é um diferencial para trabalhar na assistência às pessoas. No mundo que estamos vivendo, não tem mais lugar para o machismo. Antigamente éramos submissas, mas hoje, com o empoderamento, nós queremos mostrar para que viemos. A mulher também precisa ter um lugar de destaque, explica.
Ela acredita que é papel da família preparar os jovens para as mudanças na sociedade. A educação vem de casa. A gente tem que ensinar para nossos filhos o respeito aos direitos e à dignidade das mulheres. No passado era diferente, mas a vida mesmo mostra que as coisas precisam mudar, conclui.